Seção 01



Família Mann em movimento. Literatura e política na modernidade

Em tempos recentes, publicações de maior ou menor fôlego enriqueceram os estudos das obras dos Mann no Brasil e na Alemanha: em ambos os países, novas edições cuidadosamente revisadas da obra de Thomas Mann; a tradução de O súdito, de Heinrich Mann, no Brasil; um esforço biográfico e um documentário sobre Julia Mann; o ensaio de Frido Mann sobre a „casa branca do exílio“ de Thomas Mann e sua família nos EUA, para citar apenas algumas contribuições.

A seção não se limitará a discutir tais publicações e mapear as pesquisas sobre os Mann no Brasil, almeja-se ir além. Para a germanística brasileira que atua em um país cujo “ato constitutivo é o exílio”, as experiências da migração, da mobilidade e do exílio podem servir de paradigma para uma reflexão sobre as múltiplas viagens realizadas nas obras dos Mann (e não só na literatura), configurando-se como um de seus campos de pesquisa mais instigantes. As vivências de exílio dos Mann – viajantes em permanente movimento que após a experiência-limite da ruptura não objetivam voltar à origem – nos estimulam a analisar constelações políticas dos anos 20 e 30 do século XX e o longo caminho político e humanista, com seus desvios e bifurcações, de Heinrich e de Thomas, uma trajetória refletida em ações, romances, ensaios e discursos sobre tendências e tradições da cultura alemã, além de projeções pacifistas e indagações acerca da reorganização política mundial após o fim da II Guerra Mundial e do futuro da Europa.

Coordenação: Paulo Astor Soethe (UFPR) paulosoethe@me.com,
Johannes Kretschmer (UFF) jk@id.uff.br , e Marcus Vinicius Mazzari (USP) mazzari@usp.br